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Mastectomia preventiva sempre?

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Aos 37 anos, a atriz americana Angelina Jolie revelou ter realizado uma mastectomia (retirada das mamas) dupla e preventiva. Em um artigo publicado nesta terça-feira (14) no jornal New York Times, Jolie contou detalhes do processo que a levou até a decisão de realizar o procedimento: seu histórico familiar positivo para câncer de mama e uma mutação em um gene que aumentava as chances de desenvolver o câncer pesaram em sua decisão.

Especialistas dizem que há alternativas à retirada das mamas e que a alteração genética relatada pela atriz corresponde a menos de 10% do total de casos de câncer de mama registrados. A decisão de realizar a mastectomia preventiva deve ser conjunta e tomada após acompanhamento multidisciplinar.

O oncologista Luiz Adelmo Lodi explica que as mutações citadas pela atriz – nos genes BRCA1 e BRCA2 – realmente aumentam consideravelmente a chance de a mulher desenvolver câncer de mama e de ovários.

De acordo com João Henrique Penna Reis, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia/Regional Minas Gerais, a mastectomia profilática, ou retirada das mamas, como a realizada por Jolie, pode ser feita em pacientes de alto risco para câncer de mama, mas é uma medida extrema que beneficia um número muito restrito de pacientes.

Além disso, o processo de tomada de decisão – até mesmo para se realizar o exame que identifica a mutação – deve avaliar inclusive a condição psicológica do paciente para lidar com o resultado. “A Sociedade Brasileira de Mastologia entende que sua indicação é muito restrita e deve ser feita por uma equipe composta por mastologista, geneticista, oncologista e psicólogo. Seu benefício se restringe a pacientes com mutações genéticas comprovadas, geralmente identificadas em famílias com vários casos de câncer de mama e de ovário”, explica o médico.

O especialista lembra ainda que o risco apontado pela atriz – de 87% – corresponde aos primeiros estudos em torno dessa mutação genética, nas décadas de 90 e 2000. “Os estudos mais recentes apontam risco de 60 a 65%, que ainda assim é altíssimo, é claro. Mas essa mutação corresponde a uma faixa de 5 a 10% de todos os casos de câncer de mama registrados.

O presidente da SBM/MG completa que, geralmente, os cânceres decorrentes dessas mutações tendem a ser mais agressivos e aparecem em idades mais jovens. “Quando se identifica a mutação, a retirada das mamas não é a única alternativa. Pode-se considerar três estratégiasvigilância intensa por meio de mamografia, ressonância magnética e ultrassom; emprego de medicamentos de quimioterapia preventiva, como o tamoxifeno, que reduz o risco em 47%; e por fim, a medida mais extrema, que é a retirada das mamas, lembrando que ela reduz muito, mas não elimina completamente as chances de a doença se desenvolver”, explica o presidente da Sociedade.

Segundo Soraya Zhouri Costa e Silva, mastologista e professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, outro fator que deve ser lembrado é que a colocação de implantes em mulheres que passaram pela retirada do tecido mamário, embora seja esteticamente muito satisfatória – inclusive porque, quando feita de forma preventiva, é possível preservar o mamilo -, oferece um risco maior de rejeição e encapsulamento da prótese.

EXAME DE SANGUE
Sobre o exame para a detecção da mutação genética, a médica explica que existem diversas técnicas, disponíveis tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. É possível realizar um teste sanguíneo que indica presença da mutação, mas que não oferece a precisão máxima e tem custo em torno de R$3 mil. E é possível também realizar um exame que faz a tipagem completa de toda a cadeia do gene, que pode chegar a R$15 mil.

Não se recomenda o teste genético em pessoas sem histórico familiar de câncer de mama e de ovário. Para as mulheres em geral, a melhor arma contra o câncer de mama é a mamografia anual a partir dos 40 anos”, define Penna Reis. “O procedimento só é realizado com solicitação médica e o resultado só pode ser analisado pelo especialista que acompanha o paciente, ciente dos outros fatores envolvidos, como o histórico familiar”, ressalta a bióloga Ana Helena Heller.

ALERTAS
Lodi ressalta que, ainda que não seja realizado o exame para verificar a mutação genética, há sinais de alerta que não devem ser ignorados. “Se, na família, há mais de um caso de câncer de mama ou de ovário em parentes de primeiro grau – mãe, filha, irmã – , a paciente deve procurar o mastologista e contar todos os detalhes de seu histórico familiar. Se este caso for cercado do máximo de cuidados, é possível uma detecção precoce que evite a mastectomia bilateral”, completa.

Outra informação importante que ganha mais relevo com este caso – Angelina tem 37 anos – é a necessidade da realização de mamografias regulares mais cedo, aos 40. “E, se houver um histórico familiar, a estratégia deve ser bem individualizada, uma vez que a doença pode atingir mulheres mais jovens”, destaca o oncologista.

CÂNCER DE MAMA
É o mais comum entre as mulheres e corresponde a 22% do total de casos a cada ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer.  As estatísticas demonstram que são mais de 13 mil mortes por ano no Brasil por conta da doença, que já é a segunda maior causa de morte da mulher brasileira, perdendo apenas para doenças cardíacas. O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Carlos Alberto Ruiz, ressalta que o diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para a prevenção e que a mamografia é o exame mais preciso na identificação dos tumores precocemente. Quando detectado logo no início, 95% dos casos têm chances de cura. A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que ela seja feita anualmente a partir dos 40 anos.

 

Fonte: Uai

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Cirurgia Plastica Porto Alegre | Cirurgia Plástica Caxias do Sul

 

 

 


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